Crônica
festa de Natal
Natal
Noite feliz
Noite Feliz, nem tanto...
20:00fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/policia/noticia/2016/12/policia-prende-jovem-acusado-de-matar-ambulante-em-estacao-de-metro-8958396.html |
Na noite mais “solidária” do ano,
o Ruas foi assassinado, aliás, os olhos da morte o encontraram quando ele se
solidarizou com a perseguição a duas outras pessoas, foi quando a crueldade
perdeu dois e ganhou um, que sofreu pela desumanidade de dois, dois filhos da
graça, dois que viajaram na contramão da vontade do Salvador, dois, que carregaram
em suas atitudes a contradição da data, da noite, do clima.
Naquela noite, enquanto famÃlias
se reuniam ou não, para comemorar o nascimento de Jesus, trocar presentes,
curtir à noite, ou sei lá o quê, naquela
noite, Jesus foi espancado, o amor, o respeito, a vida, a humanidade, sofreram
os golpes violentos e infelizes da capacidade humana de causar dor.
33 anos após aquela noite, onde
um menino nasceu, um homem foi assassinado de maneira crua, nEle, nada se
tornou comum, ou comum se tornou inusitado, nEle a morte gerou vida, a tortura
foi incapaz de silenciar a humanidade, o amor, a verdade, a graça, as densas trevas não
conseguiram envolver a luz, a injustiça
social ganhou o perdão, a loucura da cruz, ganhou um mártir, o fim de uma
história, foi o inÃcio de uma eterna mudança. 2016 anos após aquela noite, um
homem foi assassinado, nele, a brutalidade fez mais uma vÃtima, a atitude de
defesa, não comum, o martirizou, a noite se tornou infeliz.
“Morreu porque foi defender os
outros, na hora que tava morrendo, ninguém foi defender ele.” Disse alguém do
meu convÃvio, tanta semelhança com Jesus, foi para conquistar a liberdade,
inclusive dos seus opressores que ele foi pendurado num madeiro. Tanta negação
de uma multidão, omissão, receio, medo da morte, da dor, da vergonha, tanta
ajuda retida, deu a morte o gosto, mas não o triunfo, do fim.
À todos os “Ruas”, meu respeito,
meu lamento, minha admiração, minha gratidão, por revelarem o caráter de Jesus,
por me dá a certeza que o nascimento,
rasamente comemorado numa noite, emitiu além do choro de um bebê, uma razão
para lutar, a vida. À todos os que na rua, casa, rodoviária, ônibus, avião,
bicicleta, ou onde quer que seja, à todos os anônimos que se doam como sacrifÃcio vivo, oferta
voluntária, que colocam o seu na reta, para que outros possam viver.
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